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Práticas desonestas na formação de instrutores de Yoga

  • Foto do escritor: Riserva Zen Yoga Life
    Riserva Zen Yoga Life
  • 27 de mar.
  • 2 min de leitura


O Yoga, um Sistema Filosófico milenar que busca reconduzir o praticante ao seu estado original de harmonia, tem sido cada vez mais explorado comercialmente, sobretudo na formação de novos instrutores.


A proliferação de cursos de certificação para professores levanta questões sobre a qualidade do ensino e a ética por trás desse mercado. O que deveria ser um caminho de estudo e aprofundamento tornou-se, em muitos casos, um modelo de negócio oportunista, onde a quantidade supera a qualidade, comprometendo a essência do Yoga e a formação de instrutores capacitados.



Modelos de formação: extensivo versus intensivo


Os cursos de formação de instrutores de Yoga geralmente seguem dois formatos principais: extensivo e intensivo. O modelo extensivo costuma oferecer encontros mensais ao longo de aproximadamente um ano, totalizando cerca de 12 encontros. No entanto, a dispersão temporal e a baixa frequência podem dificultar a absorção do conhecimento, levando alunos a esquecerem conceitos fundamentais entre um módulo e outro.


Já o modelo intensivo promete formar instrutores em apenas algumas semanas, geralmente em retiros paradisíacos que combinam lazer, alimentação equilibrada e práticas recreativas. Apesar do ambiente inspirador, é irrealista acreditar que um aluno possa adquirir conhecimento sólido em um período tão curto. O resultado é a formação de profissionais que muitas vezes carecem de um entendimento profundo da filosofia do Yoga, limitando-se a ensinar sequências de posturas ou exercícios de respiração sem compreensão dos fundamentos técnicos.




A normatização e os selos de qualidade: um jogo de interesses


Outro problema crescente é a atuação de organizações que se propõem a regulamentar o ensino de Yoga, criando certificações e "selos de qualidade" sem critérios rigorosos. Esses grupos, muitas vezes compostos por instrutores e escolas que buscam lucrar com a certificação, criam um ciclo vicioso de cobranças para novos instrutores e para os estabelecimentos que desejam ter credibilidade no mercado. Essa prática levanta sérias dúvidas sobre a imparcialidade e a real intenção dessas certificações, que acabam servindo mais como uma estratégia comercial do que como uma garantia de qualidade.


No fim das contas, o maior prejudicado é o praticante sincero que busca conhecimento autêntico e um instrutor qualificado. Muitos professores "certificados" possuem dificuldades em dissertar sobre os principais manuais clássicos do Yoga, como os Yoga Sutras de Patanjali, o Hatha Yoga Pradipika e o Samkhya Karika, demonstrando uma lacuna preocupante na formação.




O caminho para uma formação autêntica


Diante desse cenário, a única forma de garantir uma formação sólida e autêntica é através do estudo aprofundado e comprometido. O conhecimento em Yoga não pode ser adquirido de forma superficial ou acelerada. Estudar as fontes clássicas, compreender os princípios filosóficos e praticar com instrutores experientes são elementos essenciais para quem deseja se tornar um verdadeiro professor de Yoga.


Torna-se fundamental que aspirantes a instrutores busquem professores com histórico comprovado de formação, que valorizem o conhecimento original do Yoga e que tenham um compromisso real com a disseminação do conhecimento. Além disso, é imprescindível que o ensino do Yoga seja pautado em ética e responsabilidade, evitando a mercantilização de uma prática que, em sua essência, busca a verdade e o bem estar integral.




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